Como montar uma boa carteira de investimentos? Descubra!
Para aproveitar ao máximo os seus recursos financeiros, é essencial entender como montar a carteira de investimentos de maneira otimizada. Dessa forma, você consegue fazer o seu dinheiro render com as características do seu perfil e objetivos alinhados, e pode explorar as oportunidades do mercado.
Nesse processo de tomada de decisão, contudo, é importante considerar mais fatores além do retorno de cada investimento. É importante pensar também nos riscos e identificar como esses elementos se correlacionam. Assim, você pode avaliar os impactos nos seus resultados e fazer escolhas mais estratégicas.
Neste artigo, você descobrirá como montar sua carteira de investimentos com uma teoria consagrada no mercado financeiro — a Teoria Moderna de Portfólio.
Acompanhe a leitura!
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O que é a Teoria Moderna de Portfólio?
Para saber como montar uma boa carteira de investimentos, você pode recorrer a modelos desenvolvidos e já consolidados. Entre eles, está a Teoria Moderna de Portfólio (TMP ou MPT, na sigla em inglês).
Ela foi desenvolvida pelo economista Harry Markowitz, na década de 1950. O principal objetivo da teoria é incorporar uma modelagem matemática na otimização da relação de risco e retorno da carteira de investimentos.
Nesse caso, são considerados dois critérios para selecionar um ativo:
- potencial de retorno;
- risco, que é medido pela volatilidade.
Portanto, o foco da TMP não é apenas escolher os investimentos com maior potencial de rendimento. Também há uma avaliação da volatilidade — que representa a frequência e a intensidade das oscilações de preços do ativo no mercado. Quanto maior for a volatilidade, maior tende a ser o risco.
Correlação entre ativos
Para compor uma carteira de acordo com a Teoria Moderna de Portfólio, é preciso escolher ativos com correlações distintas. Você sabe o que significa esse conceito?
Ele mostra como os investimentos se comportam entre si, diante de determinado cenário. Nesse caso, há três possibilidades:
- correlação positiva: indica que os investimentos se movimentam da mesma maneira, diante de condições equivalentes. A correlação positiva perfeita é igual a 1. Um exemplo de correlação positiva é o caso das ações da Vale e o Ibovespa (correlação 59%)

Repare que as duas linhas se comportam em paralelo na maior parte do tempo. Isso acontece porque a Vale tem um peso muito importante dentro do índice Ibovespa.
- correlação negativa: representa comportamentos diametralmente opostos dos investimentos. A correlação negativa perfeita é igual a -1. Um exemplo de correlação negativa é o caso do Ibovespa e o Dólar (correlação -26%);

Repare que as duas linhas em geral se comportam de maneira oposta. Isso quer dizer que na maioria das vezes quem o Dólar cai, o Ibovespa sobe.
- descorrelação: estabelece uma falta de correlação entre os ativos, ou seja, não existe relação entre eles. A correlação equivale a 0. Um exemplo de descorrelação (correlação 0%) é o caso do Dólar e a Selic;

Repare que as duas linhas seguem de maneira independente. Ou seja, os fatores que fazem o Dólar oscilar não interferem na Selic.
Faixa de correlação
Portanto, a faixa de correlação entre ativos varia de -1 a 1. Quanto mais próximo de 0 for o resultado, menor tende a ser a correlação. Por meio da TMP, você pode combinar ativos com diferentes correlações. Assim, em conjunto, eles poderão apresentar um desempenho otimizado.
Ao fazer isso, é possível, por exemplo, que a sua carteira tenha o mesmo potencial de retorno de um ativo individual, mas com exposição ao risco menor. A segunda possibilidade prevê um portfólio com o mesmo risco de um ativo individual, mas com maior potencial de retorno.
Portanto, a intenção é compor um conjunto de investimentos com um resultado mais satisfatório e favorável quanto à relação de risco e retorno em relação ao que é oferecido por um ativo individual.
Como se dá a aplicação prática dessa teoria?
Agora que você entende os principais conceitos da Teoria Moderna de Portfólio, vale a pena acompanhar um exemplo de seu uso. Matematicamente, a aplicação prática da TMP envolve duas equações principais.
A primeira se relaciona com o retorno do portfólio. Ela corresponde à média ponderada da performance de cada ativo e depende do peso de cada um na carteira. Logo, seu portfólio terá o desempenho atrelado tanto aos resultados de cada investimento quanto ao peso dele no conjunto de ativos.
A segunda equação é a do risco, que é medido pelo desvio padrão de todo o portfólio. Ele depende da raiz quadrada da soma dos quadrados dos desvios de cada ativo, mais um fator de covariância.
Apesar de parecer complicado, fique tranquilo. Você não precisa saber calcular cada termo. O importante é se lembrar de que a faixa de correlação varia de -1 a 1. Logo, o risco da carteira só será idêntico ao dos ativos individuais se eles tiverem correlação perfeita, que é igual a 1.
Do contrário, qualquer outra relação faz com que o risco do conjunto de ativos seja diferente, se considerado cada investimento individual.
Exemplo
Como exemplo da Teoria Moderna de Portfólio na prática, você pode considerar uma carteira composta por:
- ativos atrelados à inflação;
- títulos de renda fixa pré e pós fixados;
- ações que fazem parte do Índice Bovespa;
- ações americanas do índice S&P 500;
- dólar;
- fundo multimercado quantitativo;
- criptoativos.
Com esse nível de diversificação, você notará que, muitas vezes, quando um investimento estiver caindo, outros estarão se valorizando. Isso acontece porque eles não se comportam da mesma maneira sob as mesmas condições do mercado. O resultado do conjunto de investimentos construído sob a ótica da TMP é uma carteira mais resiliente às quedas e mais consistente nos retornos no longo prazo.
Abaixo, um gráfico exemplifica para você como uma carteira contendo Dólar e Ibovespa (em preto) performaria melhor, no longo prazo, do que apenas o Dólar (em azul) ou só o Ibovespa (em rosa):

Essa não é uma recomendação ou indicação de carteira. Trata-se apenas um exemplo para mostrar como a TMP prevê a composição de portfólios com ativos que costumam ser muito diferentes entre si. Logo, você pode buscar uma forma de aplicar a ideia ao compor sua carteira, considerando suas preferências e necessidades de investimentos.
Como montar uma boa carteira de investimentos?
Após entender, como funciona a Teoria Moderna do Portfólio, você pode utilizá-la para orientar sua tomada de decisão e otimizar sua carteira. Nesse sentido, vale a pena começar identificando seu perfil de investidor para saber qual é a sua tolerância à volatilidade no mercado.
Mas fique atento: o resultado do perfil não significa que é preciso investir apenas em uma classe de investimentos. Em vez disso, você saberá qual deve o peso dado a cada oportunidade, considerando a relação entre risco e retorno.
Assim, investidores conservadores, por exemplo, também podem ter acesso à renda variável para diversificar. Além do perfil, suas escolhas dependem também da identificação dos objetivos financeiros e do prazo de cada um deles.
Com base nessas informações, você pode diversificar as decisões sobre onde investir. Como vimos, a ideia é selecionar oportunidades com níveis diferentes de correlação entre si. Ainda, ao usar a Teoria Moderna de Portfólio, é fundamental ter uma visão holística e enxergar a carteira como um só ativo.
Nesse sentido, ter ajuda profissional pode tornar a otimização mais simples e efetiva. Por isso, vale a pena considerar buscar o apoio de uma gestora digital, e para isso a Magnetis pode ser a melhor opção.
Neste artigo, você descobriu como a Teoria Moderna de Portfólio pode ajudá-lo a montar uma boa carteira de investimentos. Ao adotar esse modelo, você terá condições de compor um portfólio robusto e com uma relação de risco e retorno mais favorável à conquista de resultados.Gostou de conhecer essas informações? Para desenvolver e implementar sua estratégia de investimento, fale conosco da Magnetis!