Você sabe como funciona um fundo de crédito privado? Tire suas dúvidas!
Já ouviu falar em fundo de crédito privado? Pode ser que ainda não. No entanto, se você aplica seu dinheiro em fundos de investimento, pode já ter tido contato com esse investimento sem perceber. Quer entender como? Vamos ver mais detalhes a seguir.
Um fundo de crédito privado é uma aplicação cuja maior parte da carteira está aplicada em títulos emitidos por bancos ou empresas, os chamados títulos privados.
Eles são diferentes dos fundos DI que, por sua vez, têm a maior parte de seu patrimônio investido em títulos públicos.
No universo dos fundos, essa é uma opção bastante buscada por quem deseja fazer investimentos de renda fixa. Apesar de o risco ser um pouco maior, a rentabilidade costuma ser mais alta. Mais adiante, vamos entender melhor essa relação.
Neste post, vamos explicar como funciona um fundo de crédito privado, qual é a composição da carteira e quais são as vantagens. Continue acompanhando!
Contents
O que é crédito privado?
Quando o governo emite títulos da sua dívida, temos os títulos públicos. Esses são bem conhecidos e podem ser negociados por meio de operações no Tesouro Direto ou ao investir em fundos de títulos públicos. Já quando as empresas emitem títulos da sua dívida, chamamos de crédito privado, justamente porque são títulos de dívida da iniciativa privada.
Os títulos de crédito privado são aplicações de renda fixa e, assim como os títulos públicos, podem ser prefixados (quando o rendimento é conhecido no momento da aplicação) ou pós-fixados (quando o rendimento acompanha algum índice de mercado, como a Selic ou o CDI).
Assim como acontece com os títulos públicos, qualquer pessoa pode comprar títulos privados, diretamente ou indiretamente, por meio de fundos de crédito privado.
Quais são os principais investimentos de crédito privado?
Existem algumas modalidades de investimento que são títulos de crédito privado. Vamos conhecer as principais.
Debêntures
As debêntures são, provavelmente, o título de crédito privado mais conhecido. São títulos de dívida emitidos por empresas como forma de captar recursos para investir na companhia. A restrição é que apenas as instituições de sociedade de capital aberto podem emitir debêntures.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Nesse caso, a emissão é feita por meio de securitizadoras, que são instituições que convertem a dívida em créditos lastreáveis.
Vamos explicar um pouco melhor. As empresas cedem seus recebíveis originados de negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas, a uma securitizadora, que vai emitir os CRAs e disponibilizá-los para negociação no mercado de capitais. A securitizadora paga a empresa pelos recebíveis cedidos, mediante uma taxa de desconto. Assim, o lastro dos CRAs está justamente nas dívidas que serão pagas.
Os CRAs costumam pagar seus rendimentos a cada seis meses ou uma vez ao ano, mas o resgate do valor aplicado só poderá ser feito na data de vencimento do título, que, em geral, é de 4 anos. Por isso, é uma aplicação de longo prazo e não se deve destinar a ela recursos dos quais você pode precisar no curto prazo.
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)
O CRI funciona de forma muito semelhante ao CRA, com a diferença de que o título está lastreado em créditos imobiliários, como contratos de aluguel, de financiamentos residenciais, comerciais ou para construções, locação e arrendamento, entre outros.
O que é fundo de crédito privado?
É um fundo de investimento de renda fixa, semelhante a uma carteira, que contém diversos títulos de crédito privado. Assim como todo investimento, essa modalidade apresenta vantagens e desvantagens. Vejamos quais são.
Vantagens
Vamos começar por algumas vantagens dos fundos de crédito privado.
Gestão profissional
Assim como ocorre com todos os fundos de investimento, os de crédito privado também contam com um gestor profissional que gerencia as aplicações.
Diversificação
Comprando apenas as cotas do fundo, você tem acesso a uma carteira diversificada de investimentos, com vários títulos de crédito privado, o que reduz riscos e, ao mesmo tempo, mantém as chances de obter um bom retorno.
Liquidez
Como dissemos acima, ao comprar títulos de crédito privado diretamente (como debêntures, CRIs e CRAs), você só consegue resgatar o valor principal aplicado no vencimento do título.
Na maioria dos fundos de investimento, no entanto, você pode solicitar o resgate a qualquer momento. Isso varia de fundo para fundo, de maneira que é sempre importante ler as regras apresentadas no prospecto e no regulamento.
Desvantagens
Vamos ver agora quais são os cuidados que devemos ter antes de investir nesses fundos.
Custos
É claro que, como sempre, tudo isso tem um custo. Os fundos de investimento cobram taxa de administração e, no caso dos fundos de crédito privado, existe também a taxa de performance, que é aplicada toda vez que o rendimento do fundo obtiver um bom desempenho. As regras específicas da taxa de performance variam de acordo com o fundo.
Riscos
Esse tipo de fundo de investimento está sujeito a riscos, dependendo dos eventos que atingem o mercado. Além disso, também há os riscos específicos dos ativos que estão na sua carteira, como riscos de liquidez e risco de crédito.
Vale a pena investir em um fundo de crédito privado?
Investir em um fundo de crédito privado vale mais a pena em épocas em que a taxa básica de juros — a Selic — está em baixa. Afinal, isso reduz os rendimentos dos títulos públicos e das demais aplicações de renda fixa ligadas a eles.
Como o risco do crédito privado é sempre maior do que a da dívida pública, ele tende a oferecer retornos maiores para conseguir convencer o investidor a aceitar esse risco maior. Mas isso não significa que o risco do investimento seja necessariamente alto. Na verdade, ele depende da qualidade da empresa ou da carteira de crédito que ela tem a receber.
Assim como é feito com os países, as agências de classificação de risco — Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s — atribuem uma nota para a qualidade do crédito da empresa. Por isso, é importante investir apenas em companhias com classificações boas, as chamadas empresas de primeira linha.
Como ponto de atenção, vale notar que os títulos de crédito privado não contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Quais são as alternativas ao fundo de crédito privado?
Para quem não deseja correr esse tipo de risco, uma opção são os CDBs, que são títulos emitidos pelos bancos. Eles também são uma modalidade de investimento de renda fixa e contam com a garantia do FGC. Os bancos médios e pequenos, especialmente, costumam oferecer rendimentos mais elevados.
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) também são uma alternativa no mercado de renda fixa. Além disso, também contam com a garantia do FGC e são isentas de imposto de renda, o que é um atrativo a mais para quem deseja aplicar.
Neste artigo, vimos como funciona o fundo de crédito privado, quais são as vantagens e os riscos desse tipo de investimento, além de apresentar outras opções no mercado de renda fixa.
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