Fundo DI: sabia que esse pode ser um investimento básico para a sua carteira?
Os fundos DI são tipos de fundos de investimento que podem fazer parte da carteira de qualquer pessoa. Eles servem para dar liquidez e estabilidade nos investimentos e são tão básicos como o arroz com feijão, o café com pão de todo dia.
Apesar de muitas pessoas (inclusive profissionais do mercado financeiro) ainda utilizarem o termo “fundo DI”, a nomenclatura deixou de existir em outubro de 2015, quando entrou em vigor a nova classificação de fundos de investimento, determinada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Ainda assim, o conceito que fundamenta esse tipo aplicação financeira de renda fixa permanece o mesmo. Vamos, então, conhecer um pouco melhor os fundos DI.
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O que é fundo DI?
Um dos produtos mais simples do mercado, os fundos DI investem, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos federais, em ativos com baixo risco de crédito ou em cotas de fundos de investimentos em renda fixa.
A principal característica dos investimentos DI é que a rentabilidade busca seguir o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — taxa pela qual os bancos fazem empréstimos entre si.
O CDI, por sua vez, acompanha a variação da taxa básica de juros da economia, a Selic, que atualmente está em 6% ao ano. Por acompanharem a variação da taxa básica de juros, os fundos DI são importantes para proteger o patrimônio dos investidores ao longo do tempo.
Além disso, eles garantem rentabilidade mesmo em prazos mais curtos de resgate e com baixíssimo risco. Contudo, existe um item em que é importante que você preste atenção: o efeito das taxas de administração cobradas pelo fundo na sua rentabilidade líquida.
Nova classificação Anbima
Como falamos na introdução, com a mudança nas regras de classificação dos fundos de investimentos pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em vigor desde outubro de 2015, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria.
Ou seja, os fundos referenciados DI foram regulamentados e incorporados à classe de fundos de renda fixa. E, na mudança, as gestoras dos fundos puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam.
A maioria dos antigos fundos DI é atualmente classificada como “Fundos de Renda Fixa Baixa Duração Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Baixa Duração Grau de Investimento”. Veja as diferenças:
- Fundos de Renda Fixa Baixa Duração Soberano: de curto prazo, são fundos que investem 100% em títulos públicos federais do Brasil. Sim, os mesmos títulos que você pode comprar pelo Tesouro Direto,
- Fundos de Renda Fixa Baixa Duração Grau de Investimento: também da classe de renda fixa e de curto prazo, investem pelo menos 80% da carteira nos títulos públicos federais.
Outra particularidade é que, enquanto os (antigos) fundos DI concentram os investimentos em papéis pós-fixados ou indexados ao CDI ou à Selic, os outros fundos de renda fixa alocam mais recursos em aplicações prefixadas ou atreladas a índices de preços, como IPCA, índice oficial que mede a inflação.
Perfil do investimento
O investimento em DI costuma ser indicado para quem vai aplicar recursos com foco no curto prazo e não está disposto a correr (tanto) risco, ou seja, um investidor mais conservador ou mesmo moderado.
Esses recursos podem ser, por exemplo, o colchão de liquidez da carteira do investidor: aquele dinheiro que pode ser acessado a qualquer momento — uma reserva para emergências, por exemplo, ou o dinheiro guardado para as férias do ano seguinte.
No entanto, mesmo em carteiras com foco em longo prazo e perfil de risco menos conservador, as aplicações DI têm papel relevante, pois representam a parcela dos recursos que acompanhará a evolução das taxa de juros da economia ao longo do tempo.
Quais são os riscosdo fundo Di?
O risco dos fundos DI é pequeno, se comparado a outros fundos, porque o patrimônio é investido nos ativos mais seguros do mercado: os títulos públicos federais ou outros de baixo risco de crédito, ou seja, baixo risco do emissor do título dar um calote.
Quais são as vantagens do fundo DI?
O baixo risco é justamente a principal vantagem dos fundos DI, que podem aplicar todo o patrimônio ou parte da carteira nos títulos públicos federais.
Outro ponto a favor dos fundos DI é que normalmente eles contam com liquidez diária, característica que os torna competitivos para quem, a qualquer momento, precisar sacar o dinheiro.
Muitos fundos DI também permitem aplicações de baixo valor inicial, o que é importante para investidores que estão começando a investir agora ou para aqueles que querem fazer aportes adicionais constantes.
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Como escolher um bom fundo DI?
O primeiro passo para escolher um tipo de investimento é ter clareza sobre seu perfil como investidor, o que envolve uma série de aspectos, como tolerância a risco, objetivos financeiros, prazo do investimento e necessidade de liquidez.
Passado esse item básico, é muito importante comparar os custos e a rentabilidade dos fundos DI entre as instituições financeiras. Isso pode fazer uma grande diferença no retorno do seu investimento ao longo do tempo.
O impacto da taxa de administração
A taxa de administração é um fator muito importante na hora de escolher um fundo DI, afinal muitos produtos distribuídos oferecem a possibilidade de aplicar quantias baixíssimas, mas embutem um custo alto de administração.
Por outro lado, fundos com taxas menores, que podem parecer um bom negócio à primeira vista, geralmente obrigam você a fazer aportes mais altos. Então, como fica essa história?
É importante equilibrar a dose: o bom fundo DI tem um custo baixo, mas também permite que você aplique quantias menores, o que vale a pena para aportes periódicos, afinal nem sempre você terá montantes altos para investir.
Veja uma comparação entre fundos:
Brasil Plural Yield Fundo de Investimento Renda Fixa Referenciado DI | Bradesco FIC FI Renda Fixa Simples Brilhante |
Taxa de administração: 0,30% ao ano | Taxa de administração: 2,50% ao ano |
Investe no mínimo 95% da carteira em títulos públicos e privados que acompanham a variação do CDI. | Investe no mínimo 95% da carteira em títulos públicos e privados que acompanham a variação do CDI. |
Aplicação inicial: R$ 3.000 | Aplicação inicial: R$ 50 |
Aportes mínimos adicionais: livre | Aportes mínimos adicionais: R$ 50 |
Liquidez diária | Liquidez diária |
Fonte: Ferramenta de Comparação de Fundos da Magnetis
Notou a diferença? Os fundos são semelhantes em termos de estratégia e objetivos, mas a taxa de administração do fundo do Bradesco torna o investimento menos interessante comparado ao fundo do Brasil Plural, ainda que a aplicação inicial seja menor.
Visualize o efeito das taxas de administração sobre a rentabilidade acumulada:
Período | Fundo Brasil Plural | Fundo Bradesco | CDI |
1 ano | 08,96% | 06,27% | 08,88% |
2 anos | 24,04% | 17,89% | 23,97% |
5 anos | 69,35% | 50,87% | 69,89% |
Fonte: Ferramenta de Comparação de Fundos da Magnetis
6 características dos fundos DI
1 – Liquidez
Para os fundos DI, geralmente a liquidez é diária. Ou seja, você pode sacar o dinheiro que investiu a qualquer momento, sem carência. Em caso de emergência, essa modalidade de investimento pode ser uma ótima saída!
2 – Tributação
O Imposto de Renda incide sobre os rendimentos do fundo e você paga o tributo quando resgatar os recursos. A alíquota de IR diminui conforme o prazo do investimento, seguindo a famosa tabela regressiva:
- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias;
- 20% para aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
- 17,5% para aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias,
- 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias.
Mas, ao longo do investimento, também há a mordida do chamado “come-cotas”, que funciona como um “adiantamento” da incidência do Imposto de Renda e é cobrado duas vezes por ano, em maio e novembro, com alíquota de 15% sobre a rentabilidade do período.
3 – Garantia
Ao contrário de outras aplicações de renda fixa, como poupança, CDB, LCI e LCA, os fundos DI não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Mesmo assim, há um alento nessa história: se o banco falir, o dinheiro aplicado estará protegido.
Isso ocorre porque o patrimônio do fundo, juridicamente, fica separado do patrimônio da instituição financeira. Mas todo cuidado é pouco, pois não custa você pesquisar sobre o administrador e o gestor do fundo DI no qual está aplicando seus recursos.
4 – Taxas
Para investir em fundos DI, você paga uma taxa de administração, que ajuda a remunerar a equipe por trás da gestão do fundo. No caso dos fundos DI, não há incidência da chamada de taxa de performance (cobrada quando o desempenho supera o índice de referência ou benchmark).
É preciso, portanto, ficar atento, porque a gestão e a estratégia desse tipo de fundo costumam ser mais simples que outras categorias, como fundos multimercados e de ações, por exemplo.
5 – Investimento inicial e aportes adicionais
A aplicação inicial em fundos DI costuma ser menor em relação ao investimentos em fundos de outras categorias, assim como são permitidos aportes adicionais de valores baixos. Entretanto, vale dizer que os valores variam de acordo com o emissor.
Mas, como dito acima, é preciso tomar cuidado: nem sempre um fundo que permite um pequeno aporte inicial — é possível encontrar fundos a partir de R$ 50 — vai valer a pena por conta das altas taxas de administração.
6- Como comprar
Você pode aplicar em um fundo DI por meio do seu banco ou corretora. Para isso, pode acessar o ambiente de investimentos do seu internet banking e buscar pela opção Fundos de Investimento.
Caso a sua instituição não forneça acesso a esses produtos, não há problema. Você abrir uma conta em uma corretora e, a partir daí, selecionar os melhores investimentos para você.
Agora que você já sabe o que são fundos DI, que tal começar a explorar mais o mundo das aplicações financeiras? Baixe grátis o nosso Guia Completo sobre Tipos de Investimento e conheça outras alternativas para investir no que importa.
*Texto originalmente publicado em junho de 2017