Índices econômicos: tudo que você deve saber sobre o assunto
Índices econômicos são indicadores que ajudam a avaliar o mercado financeiro do país. É importante acompanhá-los e saber interpretá-los para que se tome decisões adequadas a respeito dos investimentos.
Assim, consegue-se saber quais ofertas estão atraentes e quais podem ficar na gaveta esperando um momento mais oportuno, por exemplo — o que é fundamental para formar uma carteira de investimentos com uma rentabilidade satisfatória.
Você sabe quais índices monitorar e como cada um deles deve ser avaliado? Mostramos os principais a seguir. Continue a leitura para saber quais são!
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Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
A Selic, também conhecida como taxa básica de juros, é utilizada pelo governo para pagar rendimentos a quem adquire os títulos públicos. Contudo, ela também é usada por bancos e instituições financeiras como referência para calcular outras taxas aplicadas no mercado.
Em suma, se a Selic subir, isso significa que os juros praticados também sobem — tanto para quem pega empréstimo, o que torna a dívida maior, quanto para quem investe, aumentando a rentabilidade na renda fixa).
Ela é atualizada a cada 45 dias pelo Banco Central do Brasil (Bacen) após a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), podendo baixar, aumentar ou se manter no mesmo patamar.
Taxa Referencial (TR)
A Taxa Referencial foi criada com o objetivo de estabilizar o recolhimento dos juros em um período no qual a inflação chegou a um patamar exorbitante.
O cálculo é baseado nos juros aplicados pelos 30 maiores bancos no país e depende da chamada Taxa Básica Financeira.
Estão atrelados a esse índice:
- o rendimento da poupança;
- o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
- os juros cobrados nas parcelas do financiamento de imóvel.
Inflação
A inflação está diretamente ligada aos preços praticados no mercado. Se ela aumenta, isso quer dizer que os produtos e serviços vão encarecer no período.
No que diz respeito aos investimentos, é ela que determina qual será o ganho real da sua aplicação.
Assim, se a rentabilidade oferecida é de 10% ao ano e a inflação está em 4% no mesmo período, isso significa que seus rendimentos reais foram de 6% — já que o restante foi usado para ajustar e “cobrir” o índice.
Índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo é considerado o índice oficial para acompanhar a inflação e mostrar a variação de preços que ocorre para os consumidores.
Ele é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) todos os meses e ajuda a entender como será a demanda no mercado e quais são os investimentos mais adequados.
No longo prazo, para quem investe em renda fixa, o recomendável é que se busque aplicações que estejam atreladas a esse índice.
Isso significa que, mesmo daqui a 20 anos, seu dinheiro estará protegido da inflação, uma vez que seu rendimento sempre estará acima dela.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
O INPC também está relacionado aos preços praticados no mercado e é medido todos os meses pelo IBGE. Porém, ele está ligado ao custo de vida da população brasileira.
Ele mostra, basicamente, o poder de compra dos brasileiros que recebem de 1 a 5 salários mínimos, mas não é atrelado aos títulos públicos atualmente.
Índice Bovespa (Ibovespa)
O Ibovespa é o indicador mais utilizado para avaliar o desempenho das ações negociadas na bolsa de valores — a B3, antes conhecida como Bovespa. É por meio dele que se tem um termômetro para monitorar os rendimentos da carteira.
Só é preciso tomar um pouco de cuidado ao utilizá-lo para fazer esse tipo de análise, já que o índice pode ser alvo de especulação e, por isso, acaba se tornando enviesado.
Portanto, sempre busque analisar outros indicadores que mostram qual é o desempenho real das organizações no cenário econômico.
Certificado de Depósito Interbancário (CDI)
O CDI consiste na taxa que bancos utilizam para a cobrança de empréstimos que fazem entre si. Ou seja, trata-se de operações realizadas apenas entre instituições financeiras e, por isso, não está disponível para Pessoas Físicas.
Entretanto, ele é muito utilizado para que se tenha um parâmetro do custo do dinheiro no mercado.
Dessa forma, o índice é muito usado para determinar a rentabilidade de alguns papéis, como o CDB, LCI e LCA, por exemplo. Vale lembrar que ele fica bem próximo da Selic.
Dólar
As variações da cotação do dólar influenciam a economia diretamente. Além das mudanças nos preços de diversos produtos e na estabilidade do Real, ele também afeta a inflação.
Na prática, uma alta na moeda americana faz com que a inflação também suba. E, como já sabemos, ela é usada para avaliar qual é o ganho real dos seus investimentos.
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M)
O IGP-M é o indicador que ajuda a regular os preços dos produtos e serviços no mercado.
Ele se relaciona com as suas finanças, visto que está ligado a diversos gastos que você tem no dia a dia, como aluguel de imóveis, energia, educação e planos de saúde.
Esse índice econômico também afeta os investimentos que estiverem diretamente atrelados a ele. Entre os principais, podemos citar:
- Tesouro IGP-M;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
Note que nos dois últimos casos, eles também podem ser atrelados ao CDI, como citamos. É importante avaliar esse fator antes de escolher um papel, já que a sua rentabilidade é afetada pelos índices econômicos.
Índice de Basileia
Esse índice mostra qual é a relação entre o capital próprio e de terceiros, além de qual é a solvência da instituição que está sendo avaliada.
Ou seja, consiste na proporção entre o dinheiro que pertence à organização e o que ela deve aos outros (que podem ser pessoas ou entidades).
Na prática, e no que diz respeito aos investimentos, ele é uma excelente forma de avaliar o risco que se corre quando se decide aplicar capital em um banco, financeira ou corretora de valores, por exemplo.
Índice de Sharpe
O índice de Sharpe consiste em um indicador usado no comparativo entre carteiras e fundos de investimentos. Ele ajuda a medir o retorno que uma aplicação tem em relação a outra com um risco menor.
Na prática, você compara a rentabilidade de determinado papel com o retorno de um investimento conservador e que seja livre de risco.
Assim, fica fácil saber se valeu a pena se arriscar mais para obter o resultado que foi alcançado.
Como você pôde ver, há uma série de índices econômicos que estão diretamente ligados aos investimentos ou que, de certa forma, influenciam a economia — e, consequentemente, a sua relação com o dinheiro.
Para acompanhá-los, basta utilizar fontes confiáveis, como o Banco do Brasil, o Bacen, o IBGE e a FGV.
Agora que você já sabe sobre os índices econômicos, saiba mais sobre investimentos e entenda qual é a melhor opção para o seu perfil. Veja o nosso Guia Completo sobre Tipos de Investimento!