Entenda o que significa o IPCA acumulado e qual a inflação em 2020
Inflação sempre foi uma palavra temida por boa parte dos brasileiros, especialmente aqueles que vivenciaram seu descontrole no início dos anos 1990. Atualmente, esse fenômeno financeiro vive dias mais moderados, em que nos acostumamos a chamá-lo também de IPCA acumulado.
O IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Isso significa que ele se baseia no custo médio dos hábitos mais comuns dos brasileiros relacionados à aquisição de produtos e serviços. Em razão disso, dizemos que ele é o termômetro oficial da inflação no nosso país.
Entretanto, é preciso levar com conta o IPCA acumulado. Você sabe o que isso quer dizer? Explicamos neste post o significado desse conceito e mostramos a inflação em 2020. Acompanhe!
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O que significa o IPCA acumulado?
Chamamos de IPCA acumulado a taxa de variação de preços dentro de um período estipulado. É possível mensurar esse índice conforme o interesse do observador, considerando todo um ano ou uma década, por exemplo.
Assim, a variação do IPCA de um mês a outro indica a alteração de preços ocorrida em uma relação de itens predeterminada. É o que chamamos de inflação. O objetivo desse cálculo é avaliar seus impactos sobre a maior parte da população e orientar as políticas monetárias elaboradas pelo Banco Central.
Sendo assim, o IPCA acumulado representa a soma dos índices de inflação registrados a cada mês dentro do período analisado. Para chegar ao valor correto, ainda é preciso considerar a incidência de juros compostos sobre os percentuais registrados.
Quais fatores influenciam no cálculo do IPCA?
Para entender melhor o que é o IPCA acumulado, vale a pena relembrar como esse indicador é calculado. Mensalmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verifica o preço médio praticado sobre uma cesta predeterminada de produtos e serviços em todo o país.
Essa seleção busca representar o padrão médio de consumo dos brasileiros, considerando uma renda que pode variar entre um e quarenta salários mínimos. Atualmente, essa lista conta com 377 itens divididos em nove grandes grupos:
- alimentação e bebidas;
- despesas pessoais;
- comunicação;
- habitação;
- artigos para residência;
- educação;
- saúde e cuidados pessoais;
- transportes;
- vestuário.
Além de segmentar as despesas em diferentes grupos, o levantamento considera também o peso que cada um deles representa no orçamento das famílias. Como os preços costumam variar bastante entre os estados, a influência de cada um deles é proporcional dentro do cálculo de inflação.
De tempos em tempos, essa cesta de itens é atualizada para se adequar às mudanças naturais nos hábitos de consumo da população. A última revisão ocorreu em 2020, quando foram incluídos, por exemplo, custos com transporte por aplicativo, serviços de streaming e cuidados com animais de estimação. Por outro lado, saíram do cálculo despesas relacionadas à assinatura de jornais, revelação de fotos e uso de telefone público, por exemplo.
Por que é importante acompanhar o IPCA?
Não é difícil encontrar informações sobre a variação do IPCA por aí. Quem tem o costume de assistir a telejornais ou mesmo visitar portais de notícias com frequência certamente já se deparou com esse indicador em algum momento. Mas você já parou para se perguntar qual sua real importância no nosso dia a dia?
Como estamos falando de um indicador financeiro, seu principal reflexo é, naturalmente, no bolso. Pense bem: entre os vários itens que compõem a cesta analisada pelo IBGE, é muito provável que vários deles façam parte da sua rotina. Por isso, seja nas compras de supermercado, na loja de roupas ou de eletrônicos, o IPCA é um fator determinante para nossas decisões de consumo.
Fica claro que, na prática, o IPCA atua como uma referência do custo de vida médio dos brasileiros. Afinal, quando a inflação sobe, o poder de compra das pessoas é diretamente afetado, já que o custo de itens importante se torna maior.
Até por isso, ele também é utilizado como parâmetro nos cálculos de reajustes salariais. Assim, na teoria, a ideia é que a variação de preços seja coberta pelas remunerações a fim de preservar o poder aquisitivo dos trabalhadores.
IPCA e investimentos
Para além dos impactos diretos no consumo, a variação do IPCA causa reflexos também nos rumos da economia do país, consequentemente, no mercado de investimentos. É por isso que seu acompanhamento é tão importante àquelas pessoas que aplicam o seu dinheiro. Obter rendimentos que superem a inflação é fundamental para que os resultados passem a representar uma rentabilidade real.
Entre os investimentos de renda fixa, há opções que estão intimamente ligadas à variação da inflação. O Tesouro IPCA+, que é uma das principais alternativas em títulos públicos, é um bom exemplo. O papel remunera de acordo com o indicador, acrescido de uma taxa fixa definida no momento da compra.
Outra taxa muito associada a esses investimentos é a Selic, que é considerada a taxa básica de juros da nossa economia. O que muitos não sabem é que ela também sente a influência do IPCA, já que atua como um mecanismo de controle da inflação. Assim, podemos dizer que os investimentos referenciados pela Selic também estão de alguma forma atrelados ao IPCA.
Nessa categoria, temos o Tesouro Selic, entre os títulos públicos, e as Letras de Crédito Imobiliárias e do Agronegócio — LCI e LCA, respectivamente. Quem aplica em fundos de investimento também deve ficar de olho nessa variação. De forma geral, eles contam com uma grande quantidade de papéis de renda fixa em sua composição, tornando-os suscetíveis a variações nos índices que vimos.
Um dos grandes objetivos dos investimentos é proteger nosso patrimônio contra os efeitos da inflação, que eleva os preços e corrói o poder de compra. Então, ficar de olho na variação do IPCA é fundamental para encontrar as melhores oportunidades de aplicação em qualquer cenário econômico.

Qual é o IPCA acumulado dos últimos anos?
O IPCA começou a ser calculado em 1999, quando foi desenvolvido para ser uma ferramenta de gestão econômica do país. De lá para cá, a taxa de inflação sempre registrou números positivos, que foram mais ou menos expressivos dependendo do contexto econômico de cada período.
Veja agora um resumo do índice acumulado desde quando esse levantamento passou a ser realizado.
Ano | IPCA acumulado |
2019 | 4,31% |
2018 | 3,75% |
2017 | 2,95% |
2016 | 6,29% |
2015 | 10,67% |
2014 | 6,41% |
2013 | 5,91% |
2012 | 5,84% |
2011 | 6,50% |
2010 | 5,91% |
2009 | 4,31% |
2008 | 5,90% |
2007 | 4,46% |
2006 | 3,14% |
2005 | 5,69% |
2004 | 7,60% |
2003 | 9.30% |
2002 | 12,53% |
2001 | 7,67% |
2000 | 5,97% |
1999 | 8,94% |
Para entender melhor esses dados, é importante destacar que o Banco Central define a cada ano uma meta para a inflação acumulada. Logo, quando o índice anual supera essa meta, é uma indicação de que os preços subiram mais do que se esperava.
Entre 1999 e 2004, período em que as metas oscilaram bastante, o IPCA ficou abaixo do teto apenas em uma oportunidade, em 2000. Posteriormente, a meta fiou fixada em 4,5% entre 2005 e 2018 e, então, caiu para 4,25% em 2019.
Para esse ano de 2020, a projeção é de 4%, mas ainda pode ser revista, sobretudo em função da crise econômica provocada pelo novo coronavírus.
Qual é a inflação do ano de 2020 até o momento?
Mesmo antes de 2020 terminar, já é possível saber o índice IPCA acumulado até o momento, uma vez que ele é calculado a cada mês. Basta consultar o site do IBGE e procurar pelo período desejado para analisar os números.
Entre os dias 5 e 12, o instituto divulga os dados relativos à variação do mês anterior. Ou seja, é preciso considerar esse prazo se quiser conferir as informações mais atualizadas.
No último mês de julho, a inflação calculada foi de 0,36%. Esse número representa um aumento em relação ao mês anterior, que registrou um índice de 0,26%. Se considerarmos os últimos doze meses, no entanto, o IPCA acumulado entre agosto/2019 e julho/2020 é de 2,31%.
Esse é um número considerado baixo quando comparamos com os anos anteriores. A grande razão para isso é a retração econômica causada pela pandemia que atravessamos. A situação gerou uma grande redução no consumo de forma geral, contendo o aumento de preços e fazendo com que muitos deles, inclusive, caíssem.
Os grupos que mais têm impactado nesse resultado são os de vestuário, transportes, educação e cuidados pessoais. Com a queda na demanda, eles estão entre os principais responsáveis por segurar a inflação em um dos níveis mais baixos da história. Para se ter uma ideia, os meses de abril e maio chegaram a apresentar deflação, que é quando o índice registra números negativos.
Conhecer o IPCA acumulado e entender seus efeitos na economia é uma ótima maneira de escolher os melhores investimentos. Porém, ainda temos muitas outras dicas que podem ajudar você a cuidar melhor do seu dinheiro. Se quiser entender melhor, aproveite a visita ao nosso blog e descubra como desenvolver um bom planejamento financeiro.