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Índice Bovespa: o que é? Como esse indicador é calculado? Descubra aqui!

O que vem à sua cabeça quando você ouve dizer que o Índice Bovespa (Ibovespa) subiu ou caiu? Você sabe que esse índice tem algo a ver com a bolsa de valores e que, quando ele sobe, algo positivo está acontecendo. Mas você entende como ele funciona?

Neste post, você vai entender mais sobre o que é esse indicador, o que ele representa para a economia brasileira e como ele pode ajudar você a ter melhores rendimentos.

Você também vai descobrir como é feito o cálculo que gera esse índice e como reproduzir o desempenho do Ibovespa de forma bem simples. Vamos começar?

Contents

O que é o Índice Bovespa?

Em 18 de março de 2019, o Índice Bovespa quebrou um recorde histórico e alcançou a marca dos 100 mil pontos. Este foi um momento bastante comemorado pelo mercado, pois é um sinal de que a economia brasileira está indo bem. Mas o que isso significa, na prática?

O Índice Bovespa é o indicador mais importante do mercado brasileiro de ações. Ele é projetado de forma a resumir em um só número o comportamento geral das principais ações negociadas, facilitando o acompanhamento e a divulgação da rentabilidade média dessas ações. 

Para isso, é definida uma carteira teórica de ações, composta pelas empresas que representaram a maior parte do volume financeiro negociado na B3 (fusão da Cetip com a BM&FBovespa) durante um determinado período. 

O Ibovespa simula o desempenho de uma aplicação de recursos nessa carteira teórica, em um cenário em que não há aportes adicionais nem resgates posteriores, e no qual todos os dividendos são reinvestidos.

A medição em pontos deve-se à atribuição de um valor base para o que seria a aplicação inicial. No momento da criação do índice, em 1968, o valor base definido foi de 100 pontos; desde então, o Índice Bovespa já sofreu diversos ajustes, realizados para que o valor em pontos não fique muito grande. Considerando todos os ajustes já realizados, o valor base original hoje equivale a 0,0000000001.

Como é definida a composição do Ibovespa?

Os critérios para uma ação entrar na carteira do Índice Bovespa estão relacionados à sua representatividade no mercado. Apenas são incluídas ações negociadas com regularidade, medida pela presença em pelo menos 95% dos pregões do último ano, e com volume financeiro relevante (ao menos 0,1% do volume negociado no período). São excluídas também empresas em recuperação judicial e as chamadas penny stocks, ações com cotação média inferior a R$ 1.

As empresas que atendem aos critérios acima são ordenadas segundo um índice de negociabilidade, que considera tanto a quantidade de negociações realizadas quanto o volume financeiro gerado. São incluídas na carteira teórica as ações que representem, de forma cumulativa, 85% das negociações ocorridas no período.

Para definir o peso relativo de cada empresa na carteira, considera-se o valor de mercado total de suas ações disponíveis para negociação (free float); ou seja, quanto maior o valor de mercado em negociação de uma empresa, maior sua participação. Uma ação não pode, no entanto, ultrapassar o limite de 20% do total.

A composição é revista a cada quatro meses, sendo válida sempre para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.

Ao fim de cada período, os critérios para inclusão e os pesos atribuídos a cada ação são reavaliados, ocorrendo um rebalanceamento. A carteira do Índice Bovespa inclui atualmente cerca de 60 ações, e pode ser consultada na página da B3.

Como é o cálculo do Ibovespa: um exemplo simplificado

Para deixar o cálculo do Ibovespa mais claro, vejamos um exemplo de um cenário simplificado, no qual são negociadas ações de apenas 4 empresas, chamadas A, B, C e D. Vamos acompanhar a evolução de um índice que representa um investimento base de R$ 100 desde sua composição inicial, passando por um rebalanceamento, até sua posição final. É importante mencionar, que neste exemplo, como estão sendo usadas apenas 4 ações não estamos considerando a regra de que uma ação não pode ultrapassar 20% do total.

Momento 1: Composição inicial

Considere que, no momento inicial, apenas a empresa D não é negociada com muita frequência. As demais empresas somam mais do que 85% do volume transacionado na bolsa e, por isso, vão compor a carteira teórica.

Imagine ainda que A, B e C têm valor de mercado semelhante e, por essa razão, pesos iguais na carteira; isso significa que o valor aplicado em cada uma deve ser igual. Para que isso ocorra, a quantidade de ações deve ser ajustada de acordo com os preços vigentes.

A composição inicial da carteira é apresentada abaixo:

Empresa Peso Preço Qtd Ações R$ Investido
Empresa A 33,3% R$ 10,00  3,333 R$ 33,33
Empresa B 33,3% R$ 15,00 2,222 R$ 33,33
Empresa C 33,3% R$ 20,00 1,667 R$ 33,33
Total 100% R$ 100,00

Momento 2: Evolução mensal do índice

Após um mês, verificamos que a Empresa A teve valorização, enquanto o preço da ação da Empresa C caiu. A Empresa B manteve seu valor de mercado. A variação do índice nesse período nada mais é do que a variação do valor total investido: um aumento de 8,33 pontos.

Empresa Preço Qtd Ações R$ Investido
Empresa A R$ 15,00  3,333 R$ 50,00
Empresa B R$ 15,00 2,222 R$ 33,33
Empresa C R$ 15,00 1,667 R$ 25,00
Total R$ 108,33

Momento 3: Rebalanceamento

Agora imagine que chegamos ao momento de rebalancear a carteira. No cenário real, este rebalanceamento é feito de 4 em 4 meses. Com o aumento no seu preço, a Empresa A atingiu um valor de mercado maior, o que significa que sua participação na carteira também deve crescer. Enquanto isso, devido ao baixo volume de negócios no período, as ações da Empresa B são retiradas, sendo substituídas pelas da Empresa D.

Com a redistribuição dos valores, a composição da carteira teórica passa a ser a seguinte:

Empresa Novo Peso Preço Qtd Ações R$ Investido
Empresa A 50%​ R$ 15,00  3,61 R$ 54,17
Empresa B ​25% R$ 15,00 1,81 R$ 27,08
Empresa C ​25% R$ 25,00 1,81 R$ 27,08
Total 100% R$ 108,33

Note que o rebalanceamento apenas redistribui o valor total entre as ações, não havendo alteração no valor do índice. Em outras palavras, é como se o investimento fosse totalmente resgatado, e logo em seguida reaplicado respeitando os novos pesos definidos.

Momento 4: Nova evolução mensal

Por fim, imagine que, passado mais um mês, houve um novo aumento no preço da ação da Empresa A. Com esta valorização, é possível verificar que, desde seu início, o índice aumentou em 26,39 pontos; em outras palavras, houve valorização de 26,39% no valor da carteira teórica.

Por fim, imagine que, passado mais um mês, houve um novo aumento no preço da ação da Empresa A. Com esta valorização, é possível verificar que, desde seu início, o índice aumentou em 26,39 pontos; em outras palavras, houve valorização de 26,39% no valor da carteira teórica.

Empresa Preço Qtd Ações R$ Investido
Empresa A R$ 20,00  3,61 R$ 72,22
Empresa B R$ 15,00 1,81 R$ 27,08
Empresa C R$ 25,00 1,81 R$ 27,08
Total R$ 126,39

Embora este exemplo tenha sido bem simplificado apenas para mostrar como o Ibovespa funciona de forma prática, e como a oscilação nos preços das ações que compõem o índice influenciam no seu comportamento. O índice real utiliza cálculos muito mais complexos e com muito mais ações e portanto nem pode ser comparado a este exemplo. No site do Pregão Online da própria B3 é possível acompanhar em tempo real as mudanças no índice e quais ações estão influenciando a alta ou queda.

Como obter a rentabilidade do Ibovespa?

A carteira do Ibovespa inclui uma grande variedade de empresas, cada uma com uma participação diferente no total. Para replicá-la na prática, é preciso comprar todas as ações do índice na mesma proporção da carteira teórica, o que exige a aplicação de um volume de recursos inviável para um investidor individual comum.

Porém, há uma maneira simples de se obter rentabilidade semelhante à do Ibovespa investindo em um único ativo. Existe um ETF (Exchange Traded Fund, ou “fundo negociado em bolsa” em tradução livre), com cotas negociadas na Bovespa sob o código BOVA11, cuja carteira replica a composição do índice. Assim, adquirindo uma cota desse ETF, o investidor consegue garantir um retorno muito próximo ao do índice, sem a necessidade de comprar ações de diversas empresas.

Veja mais: Saiba quais são as corretoras com a menor taxa de corretagem

Para concluir, vale lembrar que o Ibovespa é um indicador do desempenho médio das ações negociadas na B3; e como toda média, ele não conta a história completa. Uma variação exagerada no preço de uma única ação com peso grande na composição pode “puxar” o desempenho do índice, dando uma sinalização equivocada sobre o comportamento do mercado acionário como um todo.

É bom ter isso em mente da próxima vez que ouvir as inevitáveis notícias indicando “queda na Bolsa” ou “alta na Bolsa”. Dessa forma, você consegue evitar que conclusões apressadas tenham efeitos negativos sobre a rentabilidade dos seus investimentos.

Agora que você já sabe tudo sobre o Índice Bovespa, que tal dividir esse conhecimento com seus amigos? Assim você os ajuda a entender mais sobre o tema, e ainda pode começar uma discussão bem interessante sobre investimento em ações. Então compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

Andressa Siqueira, CFP®

Formada em Economia pela PUC-SP, é especialista em investimentos na Magnetis desde 2019. Possui as certificações CEA pela ANBIMA e de planejadora financeira CFP®, trabalha no mercado financeiro há mais de 8 anos.

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