Invista agora
a evolução na edução financeira, conheça a Magnetis.

Você pode investir de um jeito melhor, e nós podemos provar.

Baixe o app!

Política monetária contracionista: o que é e como funciona?

Para que um país consiga ter um desenvolvimento saudável, é comum que as autoridades monetárias precisem intervir na economia em determinadas ocasiões. Por exemplo, quando a inflação está em alta, normalmente, o Governo adota uma política monetária contracionista. Você sabe o que isso significa?

Ainda que esse termo possa parecer técnico, aprender o seu conceito é importante, principalmente para quem deseja investir ou já investe. Afinal, as mudanças nas políticas monetárias podem impactar o mercado financeiro como um todo.

Portanto, entenda neste conteúdo de forma simples o que é uma política monetária contracionista e como ela funciona — especialmente no Brasil.

Acompanhe!

Contents

O que é política monetária?

O conceito de política monetária é usado para descrever um conjunto de medidas adotadas pelas autoridades monetárias de um país, no controle de sua economia.

Isso envolve determinar a taxa básica de juros (a taxa Selic), o acesso ao crédito e o volume de papel-moeda em circulação. Logo, essa atuação permite que o país estabilize a sua economia diante de cenários de crise, aumento da inflação, desvalorização de sua moeda e outros.

Consequentemente, as políticas monetárias adotadas pelo Governo podem afetar o consumo das famílias, a geração de empregos, o desenvolvimento industrial etc. A soma desses fatores reflete no produto interno bruto (PIB), impactando a vida de todos os brasileiros.

No Brasil, a política monetária fica a cargo de uma autarquia federal que integra o Sistema Financeiro Nacional — o Banco Central do Brasil (Bacen). Um de seus principais órgãos é o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da Selic a cada 45 dias.

O que é a política monetária contracionista?

Depois de conferir o conceito de política monetária, bem como os órgãos responsáveis pela sua definição e aplicação, fica mais fácil compreender o que é a política monetária contracionista.

Também conhecida como política monetária restritiva, esse é o tipo de política monetária que visa conter a circulação de papel-moeda no país. Normalmente, ela é usada nos períodos em que o país passa por um período de crescimento, economia muito aquecida e alto consumo.

A demanda gerada nessas ocasiões costuma gerar o aumento da inflação — a elevação generalizada dos preços de produtos e serviços. Nesse sentido, para frear esse avanço inflacionário, o Governo aumenta a taxa de juros, visando restringir o acesso ao crédito.

Com o crédito mais caro, as famílias, empresas e bancos param de tomar empréstimos e financiamentos e, assim, passam a consumir menos. Por consequência, a falta de demanda contribui para que os preços de produtos e serviços diminuam, reduzindo a inflação.

Embora o aumento dos juros desacelere a economia e reduza o PIB no Brasil, essa medida é necessária para manter o risco inflacionário sob controle. Afinal, uma alta inflação desvaloriza o real, diminui o poder de compra da população e gera incertezas econômicas.

Isso pode prejudicar o mercado brasileiro, já que o câmbio influencia diretamente nas importações, exportações e no faturamento empresarial — o que também afeta os investimentos.

Por exemplo, quando as empresas faturam menos, há menor distribuição de dividendos, desestimulando o investimento no mercado nacional. Os ativos de risco, como é o caso das ações, também podem passar por desvalorizações devido à retirada de capital estrangeiro do país. 

Qual é a diferença entre a política contracionista e a expansionista?

A política monetária contracionista visa controlar o aumento da inflação, geralmente para diminuir o consumo e frear a desvalorização da moeda, como o real. Em contrapartida, uma política monetária expansionista faz exatamente o contrário.

Ou seja, a política monetária expansionista é usada para estimular o consumo, a produção industrial e o crescimento econômico. Normalmente, recorre-se a ela no enfrentamento de recessões e crises. Nesses períodos, o Bacen, por exemplo, diminuiu a taxa básica de juros — facilitando o acesso ao crédito.

Assim, o volume de dinheiro em circulação aumenta, permitindo que as pessoas acessem crédito com juros baixos e comprem mais. Isso gera o aumento na demanda por produtos e serviços. No mesmo sentido, as empresas e comércios faturam mais e têm mais recursos para crescer.

Exemplo de política contracionista e expansionista

Para fixar melhor o conceito de ambas as políticas monetárias, basta avaliar o cenário econômico brasileiro durante a pandemia. O início da crise de covid-19 se deu nos primeiros meses de 2020. Na ocasião, o mundo precisou adotar medidas restritivas para conter o avanço da doença.

De modo a estimular o consumo e aquecer a economia (política expansionista), o Governo diminuiu a Selic até o patamar de 2,00%, no final de 2020. A medida gerou um movimento de aumento na inflação, que subiu de 1,88% (maio de 2020) para 8,06% (maio de 2021).

Já em 2022, o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia deixou o mundo em estado de alerta. Isso somado ao fim das medidas de isolamento social contribuiu para o aumento da demanda por produtos e serviços. Dessa maneira, a inflação brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 11,73% em maio de 2022.

Na tentativa de conter esse avanço inflacionário, o Governo adotou uma política monetária contracionista, aumentando a Selic no período. Entre janeiro de 2021 a agosto de 2022, a taxa básica de juros subiu de 2,00% para 13,75%. 

Veja essas variações de forma gráfica:

Fonte: dados considerando a série histórica do IPCA (IBGE) Selic (Bacen).

Por que é importante entender esses conceitos? 

Sabendo que as políticas monetárias contracionista e expansionista são usadas no controle da inflação, você pode querer saber por que é importante entender esses conceitos.

Como é possível notar, o Governo constantemente precisa agir para conseguir equilibrar a sua economia. E justamente essas medidas influenciam diretamente o mercado financeiro e o consumo de toda a população.

Ao entender esses movimentos, você consegue aproveitar melhor os seus recursos, seja no momento de comprar produtos do dia a dia ou na hora de investir. As movimentações da Selic, por exemplo, geram reflexos nos investimentos de renda fixa.

Ao acompanhar esse indicador ou a própria inflação, é possível montar estratégias e planejar investimentos, visando obter os melhores resultados. Ademais, quanto mais você aprender sobre como o mercado se movimenta, maiores serão as suas chances de êxito ao investir.

Conseguiu compreender como a política monetária contracionista pode influenciar na sua vida pessoal e financeira? Então, se você for investir, não deixe de acompanhá-la em conjunto a indicadores como a Selic e a inflação para conseguir tomar as decisões mais acertadas.

Quer se manter atualizado acerca do mercado financeiro? Assine a nossa newsletter e receba os nossos conteúdos no seu e-mail!

Andressa Siqueira, CFP®

Formada em Economia pela PUC-SP, é especialista em investimentos na Magnetis desde 2019. Possui as certificações CEA pela ANBIMA e de planejadora financeira CFP®, trabalha no mercado financeiro há mais de 8 anos.

leia mais desse autor