Taxa de custódia do Tesouro Direto cai para 0,25% ao ano: veja o impacto em seus investimentos
A taxa de custódia do Tesouro Direto – aquele valor cobrado sobre a quantia total investida nos títulos públicos – foi reduzida para 0,25% ao ano a partir de janeiro de 2019. Antes, essa taxa era de 0,30% ao ano.
O anúncio foi feito no fim de dezembro de 2018 pela Secretaria do Tesouro Nacional, o órgão do governo que é responsável pela plataforma do Tesouro Direto.
“A queda da taxa ocorre em combinação com um trabalho constante de educação financeira e incentivo à poupança de longo prazo que são, em última instância, os principais objetivos perseguidos pelo Tesouro Nacional […]“.
(Fonte: Tesouro Nacional)
Mas qual é o impacto dessa redução no rendimento dos títulos públicos?
Segundo o Tesouro Nacional, o corte na taxa significa R$ 26 milhões a mais para os brasileiros. Neste post, vamos entender melhor como isso se reflete no seu bolso.
Mas antes, vamos relembrar o que é e como é cobrada a taxa de custódia do Tesouro Direto.
O que é a taxa de custódia do Tesouro Direto? Como ela é cobrada?
A taxa de custódia do Tesouro Direto é um valor cobrado pela bolsa de valores brasileira, a B3. A finalidade é registrar e guardar os títulos em nome da pessoa que aplica o dinheiro. Além disso, o valor recolhido também é usado fomentar ações de educação financeira.
Essa taxa incide sobre o total das aplicações (capital + rendimentos). Ela é expressa em valores anuais, mas é provisionada todos os dias, de modo proporcional.
Na prática, isso quer dizer que o valor dos títulos que você vê no seu extrato já aparece diluído desse custo.
A tarifa é cobrada uma vez a cada seis meses, nos meses de janeiro e julho, ou quando há venda antecipada dos títulos. Os juros semestrais de alguns títulos também estão sujeitos ao desconto.
Até dezembro de 2018, a taxa de custódia do Tesouro Direto era de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos. A partir de janeiro de 2019, ela passou a ser de 0,25% ao ano. Vamos ver como fica o rendimento.
Veja mais: Simulador do Tesouro Direto – Faça os cálculos e veja como está o seu rendimento!
Taxa de custódia do Tesouro: como ela impacta seus investimentos
Seis em cada dez brasileiros que investem no Tesouro Direto tinham até R$ 1 mil aplicados nos títulos públicos em novembro de 2018, segundo o Tesouro Nacional. Por isso, vamos tomar como base uma aplicação desse valor para fazer nossos cálculos.
O Tesouro Selic é a aplicação mais vendida da plataforma do Tesouro Direto. Ele rendeu 6,28% em 2018, sem os descontos de IR e taxa de custódia. Vamos ver como seria o seu rendimento nos dois cenários:
Aplicação inicial: R$ 1 mil
Rendimento bruto acumulado em 2018: R$ 62,80
Taxa de custódia de 0,30% ao ano: R$ 3,19
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 1.059,61
Taxa de custódia de 0,25% ao ano: R$ 2,66
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 1.060,14
Portanto, a redução na taxa de custódia do Tesouro Direto representaria R$ 0,53 a mais para quem investiu R$ 1 mil no Tesouro Selic durante um ano.
Pode parecer um valor pequeno, mas caso você mantenha o dinheiro aplicado por mais tempo, sabe que os juros compostos tornarão a diferença cada vez maior. Em dez anos, ela chega a R$ 8,97.
Vale lembrar que esse cálculo não está diluído de impostos e que a rentabilidade está sujeita à Selic. Ou seja, pode mudar caso a Selic seja alterada.
Quanto maior for o valor aplicado nos títulos, maior impacto terá a redução na taxa de custódia. Vamos ver como ficariam os resultados de uma aplicação de R$ 10 mil nas mesmas condições:
Aplicação inicial: R$ 10 mil
Rendimento bruto acumulado em 2018: R$ 628,00
Taxa de custódia de 0,30% ao ano: R$ 31,88
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 10.596,12
Taxa de custódia de 0,25% ao ano: R$ 26,57
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 10.601,43
Nesse cenário, a redução representaria uma economia de R$ 5,31. Em dez anos, ela chega a R$ 89,69.
Agora vamos mais além, para uma aplicação de R$ 100 mil:
Aplicação inicial: R$ 100 mil
Rendimento bruto acumulado em 2018: R$ 6.280,00
Taxa de custódia de 0,30% ao ano: R$ 318,84
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 105.961,16
Taxa de custódia de 0,25% ao ano: R$ 265,70
(desconto sobre capital + rendimento bruto)
Valor líquido da taxa de custódia: R$ 106.014,30
Aqui, a redução da taxa de custódia representaria uma economia de R$ 53,14 em um ano. Em dez anos, chega a R$ 896,85!
Tesouro Direto x fundos de grandes bancos
A redução da taxa de custódia do Tesouro Direto torna esse investimento mais interessante, principalmente em relação a fundos de renda fixa de grandes bancos.
Nesses fundos, as taxas médias de administração chegam a 2% ao ano, um valor oito vezes maior que o custo de investir no Tesouro Direto.
Para você ter uma ideia, vamos comparar um fundo de um grande banco a uma aplicação no Tesouro Direto após a redução da taxa de custódia.
Considerando um investimento inicial de R$ 1 mil, a diferença é de R$ 18,60 no primeiro ano, mas chega a R$ 290,90 no 10º ano.
Como você viu, basta uma pequena alteração nos custos de um investimento para que ele seja mais ou menos vantajoso ao longo do tempo.
Os cálculos que fizemos aqui tratam apenas do Tesouro Selic, o investimento mais popular do Tesouro Direto. Vale lembrar que existem outros tipos de títulos na plataforma que também serão beneficiados pela mudança.
Porém, não é só de Tesouro Direto que vive o mundo dos investimentos. Existem diversas aplicações para os mais variados perfis e objetivos e que rendem até mais.
O ideal é que você diversifique os seus investimentos para potencializar o seu retorno e ter uma proteção extra contra as mudanças no mercado.
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