6 perguntas e respostas sobre a taxa de juros nos EUA
Você já deve ter ouvido no noticiário que o Fed (Federal Reserve) decidiu elevar ou diminuir a taxa de juros nos EUA. Mas você sabe o que isso tem a ver com você e esses fatores afetam os investimentos no Brasil?
Os Estados Unidos ainda são a maior economia do planeta. O que acontece por lá tem consequências mundo afora, especialmente nos países emergentes, como é o caso do Brasil.
Por isso, neste artigo vamos entender melhor como funciona a taxa de juros nos EUA, quem a define, o impacto que ela tem sobre a economia global, sobre os investimentos no Brasil e o que você pode fazer como investidor. Vamos lá?
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1. O que é a taxa de juros nos EUA?
Assim como qualquer outro país, os Estados Unidos precisam de recursos para manter o país funcionando, investir em infraestrutura, pagar as contas etc. Existem várias formas de obter esses recursos. Uma delas é emitindo títulos públicos.
Quem compra um título público está emprestando dinheiro para aquele país com a expectativa de receber algum rendimento em troca. Como os títulos públicos norte-americanos são considerados a aplicação mais segura que existe, eles têm um rendimento bem baixo.
Com a crise do setor imobiliário e financeiro que começou em 2008, o governo dos Estados Unidos lançou um programa para reaquecer a economia do país.
Uma das medidas foi reduzir a taxa de juros a 0%. Isso permitia conceder crédito barato para a população e colocar mais dinheiro circulando no mercado.
Além disso, tornava a compra de títulos públicos menos interessante, já que eles não rendiam nada para quem os comprasse. Assim, os investidores eram obrigados a assumir mais riscos, procurando opções mais rentáveis.
Em 2017, quase 10 anos após o início da crise, a taxa de juros nos EUA começou a subir novamente. Lentamente, chegou ao patamar entre 2,25% e 2,5% em março de 2019 e permanece assim.
Pode parecer pouco, mas não é, como veremos adiante.
2. Quem define a taxa de juros nos EUA?
A autoridade responsável pela defesa do valor da moeda nos Estados Unidos é o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), que corresponde ao Banco Central deles.
É um comitê do Fed conhecido como FOMC (Federal Open Market Committee, na sigla em inglês) que determina os rumos da política monetária do país, incluindo a taxa de juros.
O comitê se reúne pelo menos oito vezes por ano e é formado por 12 membros, distribuídos da seguinte forma:
- 7 são membros do Conselho de Governadores do Fed;
- 1 é o presidente do Federal Reserve Bank de Nova Iorque;
- 4 membros são escolhidos entre os 11 presidentes dos chamados “Reserve Banks” (Bancos da Reserva).
3. Como a taxa de juros nos EUA afeta a economia brasileira?
No mundo ideal dos investidores, eles colocariam o dinheiro em aplicações seguras com rendimentos altos. Risco e retorno, no entanto, costumam ter direções contrárias.
Quando o Fed eleva a taxa de juros nos EUA, torna a aplicação em títulos públicos norte-americanos mais atrativa.
Como esse é considerado o investimento mais seguro do mundo, ocorre o chamado “voo para a segurança”. Afinal, por que um investidor aceitaria tomar muito mais risco para ganhar pouco a mais?
No caso do Brasil, o investidor estrangeiro vai ter que:
- converter sua moeda forte (dólar) em uma mais fraca (o real);
- pagar impostos;
- colocar seu dinheiro em um país que acabou de passar por uma forte crise econômica (que ninguém sabe ao certo se realmente já terminou), com problemas regulatórios e com um ambiente político-econômico tenso.
Para que isso faça sentido e valha a pena, a diferença entre o que ele poderia ganhar com uma aplicação segura nos EUA e uma de risco aqui teria que ser grande. Esse é o caso, por exemplo, de investir na economia real, ou seja, em empresas.
Colocar seu dinheiro em um negócio é um investimento de risco. Com as perspectivas baixas de crescimento por aqui e uma opção mais segura lá, os investidores optam pela segurança, tirando dinheiro da economia e dificultando ainda mais a retomada do crescimento econômico no Brasil.
Assim, a alta dos juros nos EUA “enxuga” a quantidade de dinheiro circulando na economia, inclusive na brasileira.
4. Como a taxa de juros nos EUA afeta a economia mundial?
Da mesma forma que aqui, os investidores do mundo todo observam os movimentos da taxa de juros dos EUA.
Os chineses, por exemplo, são, de longe, os maiores detentores de títulos públicos norte-americanas. São, portanto, credores dos EUA.
Dessa forma, qualquer mudança mais brusca nos juros norte-americanos afeta esse equilíbrio e pode ter consequências dramáticas, causando um efeito cascata.
5. Como a taxa de juros nos EUA impacta os investimentos no Brasil?
Com os juros em patamares relativamente baixos no Brasil e a taxa de juros nos EUA mais elevada, a diferença entre os ganhos no Brasil e nos Estados Unidos diminuiu.
Ao mesmo tempo, a renda variável representa um risco maior. Para que valesse a pena, teria que apresentar perspectivas de ganhos elevados. Com a economia brasileira patinando, fica difícil ter essa previsibilidade.
6. Como investir considerando o movimento da taxa de juros nos EUA?
Para quem quer se expor a investimentos que se beneficiam dos movimentos da taxa de juros nos EUA, é possível aplicar em fundos de investimento que tenham ativos no exterior ou ainda em ETFs (Exchange Traded Funds) que repliquem o comportamento dos ativos no exterior.
Os ETFs são fundos cujas cotas são negociadas em bolsa de valores e que replicam a composição de algum índice, como o S&P 500, do mercado norte-americano.
Os clientes Magnetis contam com essa opção com aplicação inicial a partir de R$1.000. Além disso, utilizamos a diversificação de investimentos na tentativa de amenizar as oscilações do mercado financeiro, trazendo mais segurança para quem quer investir bem.
Agora que você já sabe como funciona a taxa de juros nos EUA e a influência que ela tem sobre os investimentos aqui no Brasil, aproveite para continuar aprofundando seus conhecimentos e saiba também como investir no exterior!