Taxa livre de risco: veja como utilizá-la em investimentos
Você está buscando retornos maiores no mercado financeiro, mas não sabe como medir se o risco das aplicações compensa? Então você precisa conhecer a taxa livre de risco, um importante indicador para quem investe.
A taxa livre de risco aponta o valor de cada aplicação e também o chamado custo de oportunidade. Ou seja, se você investir em uma aplicação de maior risco, ela indica o que você perderá comparado à alternativa mais segura.
Ficou interessado em entender como utilizar a taxa livre de risco para escolher seus investimentos? Leia mais neste post!
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O que é a taxa livre de risco?
A taxa livre de risco representa o nível mínimo de rentabilidade. Esse indicador é geralmente representado pela taxa de juros de um país. Também pode ser classificado como o valor do dinheiro no tempo.
Aplicações associadas a essa taxa são investimentos de baixo risco, geralmente de renda fixa, como a poupança e títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto.
Nessas aplicações, quem investe tem a certeza de que vai receber de volta o dinheiro aplicado mais os juros previstos em contrato — diferentemente de outros produtos financeiros, como ações, fundos de investimento e títulos privados, nos quais o retorno não é garantido.
Como a taxa livre de risco é calculada?
Não é simples calcular a taxa livre de risco porque não existem, conceitualmente, ativos totalmente livres de risco. Isso porque ativos livres de risco precisam ter duas características: risco mínimo de calote e reinvestimento.
Enquanto títulos privados são emitidos por empresas que podem dar calote e não pagar o crédito, os títulos públicos apresentam risco de reinvestimento — apesar de o governo ser considerado o devedor que tem a menor probabilidade de não pagar o crédito.
Ainda que remunerem a taxa livre de risco e, portanto, possam ser considerados ativos livres de risco nominalmente, em termos reais a rentabilidade de um título público não pode ser prevista por conta do sobe e desce da inflação no país.
Ou seja, a macroeconomia faz com que não seja possível afirmar que, ao final do vencimento do título, se poderá encontrar títulos com condições similares.
Além disso, a volatilidade dos juros em países emergentes como o Brasil impede que a taxa CDI (que está sempre muito próxima da taxa básica de juros da economia) seja considerada efetivamente uma taxa livre de riscos. Podemos dizer apenas que o CDI é a taxa que mais se aproxima do conceito.
Como a média histórica da Selic é muito alta, especialistas indicam usar a Selic a 10 anos, que pode ser encontrada em sites especializados em finanças. Atualmente, está em 6,8% ao ano.
Ou seja, caso uma aplicação financeira pague pouco mais do que 6.8% ao ano, mas ofereça muito mais risco do que um título público, por exemplo, é indicado aplicar em outra opção, considerando o seu perfil de risco. Nesse caso, a aplicação não é viável.
Para que seja atrativa, é necessário que pague um bom prêmio de risco, mais distante da rentabilidade potencial da taxa livre de riscos.
Nos Estados Unidos, a taxa livre de risco se aproxima da taxa de juros das treasury bills, que são títulos de curto prazo; e das taxas de juros de títulos públicos com prazo de 10 anos e 30 anos, os chamados T-Bonds.
Por que a taxa é importante?
A taxa livre de risco é uma forma de analisar o risco em investimentos. Quem investe pode usar esse indicador para analisar ações, por exemplo.
O sistema de análise de ações mais popular é o Capital Asset Pricing Model (CAPM). Também conhecido como Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, esse método analisa o risco e retorno de cada aplicação. Para isso, toma como base a taxa livre de riscos.
O risco e retorno de um investimento é um dos conceitos essenciais para investir. Ele aponta que não existe retorno alto sem risco. Geralmente, quanto maior o retorno, maior tende a ser o risco, e vice-versa.
Contudo, quem investe precisa entender que um maior retorno em aplicações com maior risco não é garantido. Ou seja, é apenas um retorno potencial, que pode se concretizar ou não.
Além disso, é necessário esclarecer que existem dois tipos de riscos em um projeto de investimentos: o diversificável e não diversificável.
O risco não diversificável é aquele sobre o qual quem investe não tem controle, como incertezas políticas, oscilações da inflação ou até taxa de juros.
Já o risco diversificável é aquele sobre o qual a pessoa tem controle, e pode ser diminuído por meio da distribuição do patrimônio em ativos com graus de risco diferentes.
O CAPM busca mensurar o risco não diversificável, chamado também de risco sistêmico. O modelo pode ainda analisar se uma ação está excessivamente valorizada, comparando o risco e o valor do dinheiro no tempo ao seu retorno.
Também pode calcular se investir em um determinado projeto é viável ou não para uma empresa ou para Pessoa Física.
Como escolher a melhor taxa?
A taxa livre de risco varia principalmente por conta de dois fatores: geográfico e temporal.
Por exemplo, a economia dos Estados Unidos tem um risco de crédito menor do que o da economia brasileira. Portanto, sua taxa livre de risco será inferior à taxa livre de risco do Brasil.
Por outro lado, o prêmio de risco para quem aplica na economia americana será inferior ao da economia brasileira. O prêmio de risco soberano é uma rentabilidade adicional que incorpora o risco político de um determinado país.
Por conta disso, estrangeiros podem preferir investir uma parte da carteira no Brasil como forma de obter mais retornos.
Já sobre a questão temporal, quanto maior o tempo da aplicação, mais crescem as incertezas em relação a indicadores que baseiam o investimento.
Por conta disso, as taxas livre de risco dos títulos públicos variam conforme o prazo de vencimento do crédito.
A melhor taxa livre de risco vai depender de questões pessoais, como situação financeira, objetivos de curto, médio e longo prazo e, principalmente, se quem investe suporta ou não oscilações altas em uma aplicação.
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