Migrar da renda variável para títulos atrelados à inflação?
Com o cenário global desafiador e a inflação em alta, tudo parece indicar que o caminho ideal é migrar da renda variável para títulos atrelados à inflação. Mas, será que este é o melhor caminho?
Acreditamos que tal comportamento pode ter pelo menos dois efeitos nocivos:
- Vender os ativos de risco (ações e multimercados) em um momento de baixa, ou seja, comprar “caro” e vender “barato”;
- Assumir riscos desconhecidos e desnecessários.
Essa análise é sobre um comportamento comum dos investidores em cenários de incerteza. E quais cuidados precisam ser tomados ao investir sem ajuda da Magnetis.

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Títulos atrelados à inflação (IPCA + X%)
Muitos investidores estão sendo atraídos aos títulos de renda fixa atrelados ao IPCA, sob crença de que estes títulos vão protegê-los das incertezas do cenário atual.
Vamos às definições: títulos indexados à inflação são do tipo híbrido. Parte dele é remunerado por um componente pré-fixado e a outra parte é pós-fixada. Isso significa que as altas e quedas que vierem da inflação serão refletidas na parte pós-fixada do título, e as altas e quedas que vierem do juro real (prefixada) marcam a mercado.
Então, imagine que a inflação suba. Neste caso, o título indexado que você escolheu também subirá – por conta do componente pós fixado de inflação. Mas, se a inflação subir de tal maneira que o Banco Central precise elevar a Selic, o PU do título (o valor do título público na data da compra) cai.
Assim, para decidir pela compra de quaisquer títulos atrelados à inflação, você precisa primeiro responder a algumas perguntas:
- O juro futuro no futuro será maior ou menor do que o mercado está precificando?
- As expectativas do mercado com relação à inflação estão certas ou erradas?
- Se as expectativas estiverem erradas, estão erradas porque a inflação será maior ou menor?
Entendendo o funcionamento dos títulos atrelados à inflação
Supondo que a ideia fosse investir em um título prefixado, o raciocínio mais comum seria este:
“Acredito que o juro futuro será menor do que o mercado está precificando hoje, penso que ao invés do juro futuro ficar em 11% no futuro, na verdade, vai para 8%, por isso vou investir nesse título pré, assim ganho dinheiro.”
Mas, um título híbrido, não tem só o comportamento prefixado (juro real), existe também a parte pós-fixada (inflação). Assim, é necessário saber se as expectativas a respeito da inflação estão certas ou erradas.
Para ser um bom negócio investir em um título indexado à inflação, é necessário que o mercado esteja errado a respeito da trajetória da inflação. E a inflação deve ser maior do que o mercado está precificando para o futuro.
O ponto é que, às vezes, várias coisas podem acontecer ao mesmo tempo. Por exemplo: você acredita que a taxa nominal do mercado vai cair de 10% para 7%. Mas, também acredita que a inflação implícita (diferença entre a taxa de juros prefixada e a indexada ao IPCA) vai subir.
Cenário que pode acontecer no caso do Banco Central ter baixado muito a Selic e ter ficado fora do patamar para que a economia se equilibre. Neste caso, a inflação dispara e você fica diante de um cenário em que a Selic está baixa e a inflação está bem alta.
Então, você vai precisar fazer os cálculos para descobrir se vai ganhar ou perder dinheiro com o título indexado à inflação.
E depois de tudo isso: Ufa, pronto para decidir!
Você pensa que acabou, mas não, ainda é preciso analisar os vencimentos dos títulos.

Porque analisar o vencimento dos títulos atrelados à inflação
Analisar os vencimentos dos títulos é importante porque o mesmo título pode ter vários vencimentos diferentes. E isso afeta a rentabilidade, já que os títulos com vencimentos diferentes se comportam de maneiras diferentes. Pois a curva de juros é formada com base nas expectativas da Selic futura.
Assim, pode haver uma situação em que, o título com vencimento de 2 anos remunera muito. Mas, quem comprou o mesmo título com vencimento de 5 anos perde.
Conclusão
No cenário atual, o ideal é não ficar exposto aos juros longos. Principalmente se você não conhece e não acompanha muito de perto o que está acontecendo no mercado e com a curva de juros. Não se concentre só nos “números” dos títulos de renda fixa que as corretoras e bancos te enviam como “oportunidades”. Pois você pode perder muito dinheiro.
Há outro fator relevante que também demanda cuidado: nem sempre a curva de juros se desloca de forma paralela. Às vezes ela também se desloca mudando a inclinação ao longo dos vencimentos.
Para se dar bem nesse tipo de cenário, é preciso uma noção muito clara sobre o funcionamento da economia e da curva de juros.
Aqui no Brasil, quem opera na curva de juros são investidores muito ligados ao cenário macroeconômico. E, claro, aqueles que conhecem profundamente sobre inflação e os movimentos do Banco Central.
Detalhe importante é que: além dos títulos públicos, você encontra no mercado títulos de bancos e títulos de empresas. Estes dois últimos costumam remunerar ainda mais. Porém, não possuem liquidez e muitos remuneram bastante para ficarem atrativos – já a qualidade do emissor em diversos casos não é boa.
Uma gestão de patrimônio que pode ser perfeita para o que você procura
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