Títulos bancários: o que são e quando vale a pena investir neles?
Investir em títulos bancários é uma maneira segura de fazer o dinheiro render. Esses ativos fazem parte do universo da renda fixa e, portanto, são tipos de investimento mais seguros.
Nesse caso, as aplicações se parecem com empréstimos, ou seja, quem tem recursos oferece uma quantia para uma instituição em troca de um ganho sobre o capital aplicado.
É possível prever qual será a rentabilidade do ativo, já que as condições de retorno são conhecidas na hora da compra do título. Assim, você pode comparar diversas aplicações de um mesmo tipo de investimento e adquirir aquela que mais se encaixa nas suas necessidades.
Quer saber mais como isso funciona? Continue, então, a leitura para conhecer a definição de títulos bancários e saber quando eles valem a pena!
O que são títulos bancários?
Títulos bancários são ativos de renda fixa utilizados por bancos para captar dinheiro junto ao público. Mas por que eles fazem isso? Na verdade, as instituições bancárias pegam dinheiro emprestado dos clientes para poder oferecer crédito para outras pessoas, como financiamento, cheque especial, consignado etc.
Para captar esse dinheiro, os bancos lançam títulos no mercado. Antigamente eles eram de papel e, por isso, há quem se refira dessa forma a esses tipos de investimento. Porém, hoje os títulos bancários são negociados de forma totalmente eletrônica.
Em geral, o retorno pago pelos bancos pode ser oferecido de duas maneiras: prefixada ou pós-fixada. Na primeira situação, a pessoa sabe exatamente quanto vai receber quando seu dinheiro for devolvido.
Já na segunda, o rendimento depende do desempenho de algum índice — na maioria das vezes, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), um indicador com desempenho bem próximo à Selic (taxa básica de juros da economia).
A rentabilidade em porcentagem (%) do CDI pode ser interpretada da seguinte forma: hoje o CDI está em 6,40% ao ano. Se um investimento promete um retorno de 105% do CDI, ele renderá a taxa cheia e mais 5%. Nesse caso, a rentabilidade bruta do investimento será de 6,72% após doze meses.
Por vezes, pode ocorrer de a remuneração de certos títulos bancários ser formada de uma parte pré e outra pós-fixada. Isso geralmente acontece com ativos vinculados ao desempenho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil. Nesse caso, a parcela pós-fixada do investimento se refere à variação do IPCA e serve justamente para proteger o poder de compra do dinheiro investido.
Quais os principais títulos bancários existentes no mercado?
Os principais títulos bancários existentes no Brasil são:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
- Letra Imobiliária Garantida (LIG);
- Letra Financeira (LF).
Todos esses tipos de ativos são formas de os bancos captarem recursos junto ao público. O que muda para quem investe são os prazos do investimento e a rentabilidade.
O CDB é um dos títulos mais populares no país, já que é oferecido por quase todos os bancos. Em alguns casos, com R$ 1, já é possível aplicar em um certificado com uma rentabilidade considerável.
Antes de investir, porém, você deve saber se o resgate pode ser feito a qualquer momento — o que ocorre com CDBs que têm liquidez diária — ou apenas no vencimento do título.
Geralmente, quanto mais tempo se deixa o dinheiro aplicado, maior tende a ser o retorno final. Vale lembrar que os CDBs sofrem tributação de Imposto de Renda (IR) sobre o lucro, conforme as alíquotas e prazos seguintes.
- até 180 dias (22,5%);
- de 181 dias até 360 dias (20%);
- de 361 dias até 720 dias (17,5%);
- mais do que 720 dias (15%).
Já as LCIs, LCAs e LIGs são títulos bancários parecidos com o CDB. Porém, nesses casos, os recursos captados devem ser destinados para os setores imobiliário e do agronegócio. Além disso, esses investimentos são isentos de IR.
Por fim, temos as Letras Financeiras, as quais são consideradas investimentos de médio prazo, pois o período mínimo de aplicação é de dois anos.
Nesse caso, o menor valor para investir é de R$ 150 mil. Devido a essas características, o rendimento das LFs tende a superar os do CDB, da LCI e da LCA. A tributação das Letras Financeiras é de 15% de IR sobre o ganho.
Em geral, títulos bancários podem ser comprados diretamente junto aos emissores ou por meio das corretoras de títulos e valores mobiliários. Nesse último caso, o benefício é poder encontrar produtos de diferentes instituições em um só lugar, o que facilita a comparação dos ativos.
Quais as vantagens de optar por esse tipo de investimento?
No que diz respeito à rentabilidade, os títulos bancários oferecem maior retorno do que os títulos públicos. Isso se explica, em parte, devido ao maior risco envolvido nos ativos emitidos por bancos, afinal, eles têm possibilidade de falir ou de sofrer liquidação pelo Banco Central, o que não ocorre com o Tesouro Nacional, que emite os títulos públicos.
Mesmo assim, vale lembrar que CDB, LCI e LCA têm cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), caso o banco emissor não consiga honrar o compromisso assumido com a pessoa que fez a aplicação. Assim, se isso ocorrer, o indivíduo é ressarcido em até R$ 250 mil em cada instituição.
Já as LFs, as debêntures (títulos emitidos por empresas) e os fundos de investimento (aplicações financeiras coletivas) não têm a cobertura do FGC.
Como você pôde notar, ter títulos bancários na sua carteira de investimentos é uma forma de proteger o seu capital, já que esses tipos de ativos são bastante seguros e oferecem rendimentos previsíveis. Logo, são oportunidade vantajosa de se ter um retorno superior ao da caderneta de poupança e acima da inflação, sem a necessidade de correr os riscos da renda variável.
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Malena Oliveira é jornalista especializada em Finanças Pessoais e redatora na Magnetis.