O que são títulos públicos e como eles funcionam? Vale a pena investir?
Em meio a tantas opções de investimento disponíveis, o Tesouro Direto acabou se tornando a nova poupança para muitas pessoas. Os títulos públicos federais são até mais seguros e oferecem rendimento bem melhor.
Mas o que são títulos públicos? Como investir nesse tipo de aplicação financeira? Confira a seguir tudo o que você precisa saber para decidir onde vale a pena aplicar seu dinheiro.
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O que são os títulos públicos?
Um título público é um título emitido pelo governo para financiar seus projetos e investimentos em diversas áreas.
Assim, o governo toma dinheiro emprestado das pessoas e das instituições em troca de uma remuneração. Ela é formada pela taxa de juros paga por esses títulos.
Atualmente, a forma mais simples de investir em títulos públicos é por meio do Tesouro Direto. Trata-se de uma plataforma criada em 2002 para facilitar o acesso das pessoas aos títulos do governo.
Antes, somente investidores institucionais conseguiam aplicar em títulos públicos, e a pessoa física só tinha os fundos de renda fixa como opção de investimento.
Mas agora ficou mais simples: o valor inicial mínimo no Tesouro Direto é baixo — a partir de cerca de R$ 30 já é possível comprar um título público.
Como funciona o investimento em títulos públicos?
Os títulos federais são investimentos de renda fixa. Dessa forma, sua remuneração possui uma regra e pode ser prevista com base em algum cálculo ou indicador da economia.
Para investir em títulos públicos, é necessário abrir uma conta em uma corretora ou habilitar seu cadastro no Tesouro Direto no seu banco. Isso quando a instituição oferece essa modalidade de investimento.
Depois do cadastro, é hora de escolher o seu investimento. É possível fazer isso pela próprio banco ou corretora de sua escolha ou pelo portal do Tesouro Direto.
Mas não se preocupe se você ainda não souber qual título do Tesouro Direto escolher. A seguir, vamos mostrar as principais características de cada título e qual deles é o melhor para cada situação.
Veja mais: Saiba quanto cobra cada corretora pelo investimento no Tesouro Direto!
Quais são os tipos de títulos públicos que existem?
Escolher o melhor investimento em títulos públicos pode não ser fácil à primeira vista. Mas algo que facilita esse processo é saber como é a remuneração desses títulos. Existem três tipos de títulos públicos. Eles são:
Títulos públicos prefixados
Títulos prefixados são aqueles que contam com um rendimento já estabelecido no momento da compra. Assim, é possível saber exatamente quanto seu dinheiro vai render no vencimento. Há dois tipos:
- Tesouro Prefixado (LTN): recomendado para investimentos de curto e médio prazos, o rendimento é recebido de uma vez na data do vencimento,
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F): parecido com o Tesouro Prefixado, mas geralmente tem vencimento mais longo, e o rendimento é recebido a cada seis meses e também no vencimento.
Títulos públicos pós-fixados
Os títulos pós-fixados, por sua vez, são aqueles cuja rentabilidade é associada com algum indicador, como a taxa Selic (taxa básica de juros). Nesse caso, a alternativa é o Tesouro Selic. Veja:
- Tesouro Selic (LFT): rende de acordo com a taxa básica de juros da economia, a Selic. É indicado para quem quer trocar a poupança, mas não sabe quando vai precisar resgatar o dinheiro;
Títulos públicos híbridos ou mistos
Os títulos públicos podem ainda mesclar uma taxa de retorno que combina uma remuneração prefixada, mais a variação de um indicador.
Esse índice geralmente está relacionado à inflação e serve como um mecanismo de proteção do patrimônio investido. Hoje, os títulos desse tipo que estão disponíveis são:
- Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal): conta com dois rendimentos, o da inflação e um valor prefixado. O pagamento é feito no vencimento, com todo o acumulado dos dois rendimentos,
- Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B): assim como o título acima, mas em vez de receber de uma vez no vencimento, você também recebe juros semestralmente.
Vale a pena investir em títulos públicos?
Agora que você entende melhor como funcionam os títulos públicos, será que eles valem mesmo a pena?
Para responder a essa pergunta, ainda precisamos considerar pelo menos quatro aspectos importantes, que são:
Rentabilidade
A rentabilidade dos títulos públicos vai depender do tipo de aplicação e da remuneração escolhida.
Se você precisar resgatar o dinheiro logo, vale mais a pena escolher uma opção que tenha liquidez diária, por exemplo. É o caso do Tesouro Selic.
No entanto, entenda que quanto mais liquidez tiver um investimento, menos ele tende a render. Daí, é necessário entender se você pode ficar sem acesso ao dinheiro por algum tempo para ter um rendimento maior.
Riscos do investimento
Se você está em dúvida sobre emprestar dinheiro para o governo, saiba que ele tem melhores condições de lhe pagar do que qualquer instituição financeira, incluindo os principais bancos.
Por isso, comprar títulos públicos do Governo Federal, como Tesouro Direto, é uma das formas mais seguras de investimento disponíveis. O único risco a considerar é de escolher um título que não seja o mais adequado para seus objetivos.
Custos envolvidos
Como já dito, os custos para investir em títulos públicos não são altos, qualquer pessoa pode recorrer a eles.
Mas, além do valor dos títulos, é importante considerar as taxas que serão cobradas por corretoras, bancos ou gestoras de investimento; algumas têm até um valor mínimo que os clientes podem investir.
É possível encontrar corretoras que não cobram taxa para intermediar o investimento em Tesouro Direto. Mas existe uma taxa que é a obrigatória, que é a taxa de custódia de 0,25% ao ano paga à bolsa de valores, a B3.
Liquidez
A liquidez, ou seja, a rapidez com que o ativo pode ser transformado em dinheiro, também varia de acordo com os títulos escolhidos. Enquanto alguns deles são recebidos integralmente apenas no vencimento, outros são semestrais.
Todos podem ser resgatados diariamente, mas somente com o Tesouro Selic o investidor não corre riscos ao fazer esse resgate antes do tempo.
Para os outros títulos, há o risco da variação das taxas de juros de mercado, que podem fazer você perder dinheiro ao resgatar o título antes do vencimento. Essa é a chamada marcação à mercado.
Portanto, não importa qual seja seu perfil de investidor, os títulos públicos podem fazer parte da sua carteira de investimentos. Eles são seguros, rentáveis e certamente deixarão você mais perto de conquistar seus objetivos.
O único ponto, no entanto, é compreender qual é a melhor maneira de adequar seus objetivos e seu perfil de investidor aos títulos federais.
Ou seja, investidores mais agressivos, por exemplo, apesar de gostarem de riscos bem maiores do que os títulos públicos, devem tê-los em sua carteira para equilibrar os rendimentos ou manter sua reserva de emergência.
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(Post originalmente publicado em fevereiro de 2018)