Uma dívida, depois outra… e ela entrou numa bola de neve
Quem nunca viu de perto ou viveu uma história complicada, que provocou perdas ou sofrimento na vida financeira? É para compartilhar essas experiências que publicamos aqui no blog a série “Histórias de Horror”, uma sequência de posts para conscientizar você sobre as armadilhas que podem comprometer o seu dinheiro.
Os casos que publicamos aqui são relatos dos leitores do nosso blog, cuja identidade foi preservada com nomes fictícios. No final, essas histórias trazem um grande aprendizado e servem de alerta para que você não passe pela mesma situação. Aproveite a leitura!
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A história
Era 2007. Fernanda havia acabado de se formar em Direito e foi aprovada para um cargo de confiança no setor público.
Como os salários eram pagos apenas por meio de um determinado banco, ela foi a uma agência e solicitou a abertura de uma conta corrente.
No momento de entrega de seus documentos, ela recebeu uma sugestão do profissional que a atendeu:
“A senhora sabia que tem à sua disposição um crédito pré-aprovado no valor de R$ 60 mil? Em vez de pagar o valor mínimo no cartão de crédito e deixar incidir juros, que tal fazer um CDC (Crédito Direto ao Consumidor)?”
Aquela proposta parecia tentadora e ficou na cabeça de Fernanda. Ela tinha uma dívida de R$ 700 no cartão de crédito e resolveu aceitar. E como foi simples! Bastou contratar a operação no caixa eletrônico e quase imediatamente o dinheiro do empréstimo estava na sua conta.
Fernanda ainda não sabia que o barato pode sair caro, e assim começou uma verdadeira bola de neve.
No começo, a dívida do cartão era pequena e o uso do cheque especial, apesar de frequente, era sempre coberto. Pouco depois, a rotina mudou: sempre que se apertava para quitar as contas, fazia um CDC. Afinal, era rápido e fácil. Parecia até que o dinheiro era dela, pois surgia em sua conta como em um passe de mágica.
Um financiamento se somou a outro, depois a outro e outro… Depois de um ano, Fernanda percebeu que tinha dívidas no cartão, no cheque especial e em operações de CDC que chegavam a R$ 30 mil. Ela não dava mais conta de pagar e, para piorar, foi demitida.
Somente dois anos mais tarde, com a ajuda do pai, é que ela conseguiu pagar o que devia. “Foi penoso. Descobri só depois que demissão é motivo para rever contratos bancários. Essa poderia ter sido outra solução”, diz.
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As lições
Já vimos aqui no blog uma história semelhante: a do Maurício, o fotógrafo que se enforcou no cheque especial.
A recorrência não é por acaso. O endividamento via cheque especial, cartão de crédito e outras modalidades é muito comum no Brasil, pois essas são as maneiras mais fáceis de tomar dinheiro emprestado.
O problema é que nas dívidas, assim como nos investimentos, entra em cena o efeito poderoso dos juros compostos.
Se no caso das aplicações financeiras essa ferramenta age a nosso favor, nas dívidas acontece o oposto: ela joga contra nós e de forma bastante agressiva, uma vez que os juros do crédito bancário são bem maiores que os dos investimentos.
O ideal é sempre evitar esse tipo de dívida. Como? Prevenindo-se. Se você montar uma reserva de emergência, terá condições de atravessar eventuais períodos difíceis com seus próprios recursos. O recomendado é manter um fundo de reserva equivalente a pelo menos seis salários mensais.
E se não houver modo de evitar um empréstimo, tente alternativas como negociar com seus credores, pedir desconto por pagamento adiantado ou à vista, ou ainda pedir ajuda a amigos e familiares.
Se nada disso funcionar, negocie a modalidade de crédito com os menores juros. Se você tiver um imóvel ou veículo, pode colocá-los como garantia de um empréstimo para pagar juros menores, por exemplo.
Essas lições ficaram bem claras para a Fernanda. “Parei definitivamente de usar o cheque especial e só após alguns anos voltei a usar cartão de crédito”, diz.
Ela também percebeu algo bastante importante para mudar a sua situação: “outra lição que aprendi é que devo viver com o que ganho. Se quero viver com mais, devo ‘correr atrás’ para aumentar a minha remuneração mensal. Acredito que grande parte das pessoas, principalmente funcionários públicos, acaba gastando mais do que ganha diante da facilidade de pegar dinheiro emprestado”.
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