Valor de mercado: diferença entre small, mid e large caps
A bolsa de valores tem sido cada vez mais procurada por quem busca aumentar a rentabilidade dos seus investimentos diante da renda fixa. Por meio de entidades como a B3, a bolsa de valores brasileira, pessoas compram e vendem participações em empresas. Essas fatias são conhecidas como ações. Para avaliar boas oportunidades no mercado acionário, uma métrica a acompanhar é o valor de mercado das empresas listadas.
A seguir explicaremos o que é o valor de mercado, como ele é calculado e como é feita a classificação das companhias listadas na bolsa de valores. Dessa forma, você conseguirá tomar melhores decisões na hora de escolher seus investimentos. Vamos lá?
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O que é valor de mercado?
Também chamado de capitalização, o valor de mercado representa uma estimativa da importância financeira de uma empresa perante pessoas que compram e vendem ações.
Esse é um indicador útil para ver quanto o mercado está pagando para deter a fatia de uma companhia.
Como o valor de mercado é calculado?
A capitalização de uma empresa está sempre mudando. Essa volatilidade fica mais clara quando entendemos o cálculo do valor de mercado. Ele é feito multiplicando o número de ações emitidas pela cotação da ação.
Por exemplo, se uma empresa emitiu 100.000 ações e cada uma é avaliada a R$ 10, o valor de mercado dessa instituição é de R$ 1 milhão. Caso a cotação ou o número de ações mudem, a capitalização da companhia também terá outro valor.
Assim, apenas o valor da ação de uma empresa não mostra seu tamanho. Uma companhia que tem uma ação cotada a R$ 100 não será necessariamente mais valiosa do que uma que cotou sua ação a R$ 50. Se a primeira emitiu 1.000 ações e a segunda emitiu 5.000 ações, seus valores de mercado são R$ 100 mil e R$ 250 mil.
Quais fatores influenciam o valor de mercado?
Como comentamos, o valor de mercado é dinâmico e guiado por uma série de expectativas. Abaixo, veremos quais fatores podem influenciar a capitalização de uma empresa.
O valor de mercado pode ser alterado por variáveis macroeconômicas, capazes de afetar um país em função de mudanças na política, na economia ou na própria sociedade. Exemplos de variáveis macroeconômicas são o Produto Interno Bruto (PIB), a inflação ou a taxa básica de juros, conhecida como Selic no Brasil.
Outros elementos que podem mudar a capitalização de uma companhia são as variáveis setoriais, que dizem respeito ao mercado em que a empresa atua. A representatividade da companhia no setor, o desempenho do negócio e as tendências de consumo são alguns exemplos.
Por fim, variáveis de mercado impactam no valor dado a uma empresa dentro da bolsa de valores. As expectativas dos acionistas de alta na ação ou de otimismo no mercado acionário (o bull market) e de queda da ação ou de pessimismo no mercado acionário (o bear market) influenciam no preço de uma fatia da companhia — e, com isso, no seu valor de mercado.
Quais são as faixas de valores de mercado?
Ao procurar ações para fazer parte do portfólio de investimentos, muitas pessoas logo pensam em grandes companhias. Ao todo, as empresas listadas na B3 bateram em julho de 2019 um valor de mercado de R$ 4 trilhões. Mas nem tudo vem das gigantes!
Existem boas oportunidades em empresas com menor valor de mercado. As companhias de grande capitalização costumam ser mais acompanhadas pelos analistas, mas não necessariamente apresentam menos risco. Como vimos, essas organizações podem estar expostas a turbulências políticas, econômicas, setoriais ou acionárias específicas.
As empresas presentes em bolsas de valores são divididas em categorias de acordo com sua capitalização. Elas podem ser micro caps, small caps, mid caps e large caps. Abaixo, vamos explicar a diferença entre cada uma dessas divisões.
Micro caps
As micro caps são negócios com valor de mercado inferior a R$ 1 bilhão. Por serem menores e geralmente iniciantes, costumam apresentar grande potencial de crescimento percentual, mas também maiores riscos.
Vale a regra que comentamos anteriormente: avalie caso a caso cada oportunidade de investimento, entendendo o potencial da empresa e sua posição diante de concorrentes e de seu setor de atuação.
Small caps
As small caps são ações com valor de mercado de cerca de R$ 1 bilhão a R$ 10 bilhões. São conhecidas como papéis de segunda ou terceira linha — não pela qualidade de suas empresas, mas por sua capitalização e por seu volume e liquidez (a facilidade de comprar e vender as ações, pelo volume de demanda e oferta pelos papéis).
As small caps podem apresentar bom potencial de crescimento, mas são mais voláteis que empresas de grande valor de mercado. Mesmo assim, contam com instituições conhecidas dos brasileiros, como as varejistas Arezzo e Marisa, a companhia de viagens CVC e a rede de laboratórios Fleury.
Na Bovespa, as ações das small caps podem ser adquiridas individualmente ou por meio de fundos de ações que replicam uma média de rentabilidade das small caps, chamados de Exchange Traded Fund, ou ETF.
Os ETFs de small caps são baseados em um índice teórico que as reúne, o SMLL. Um dos principais ETFs para tais empresas se chama SMAL11.
Mid caps
As mid caps têm valor de mercado entre R$ 10 bilhões e R$ 100 bilhões. Em termos de taxa de crescimento e de volatilidade, estão situadas entre as small caps e as large caps.
Large caps
Large caps são empresas com capitalização de 100 bilhões de dólares ou mais. Geralmente são muito acompanhadas por analistas, com grande volume de negociação e resultados estáveis. Costumam se sustentar durante recessões, mas sem grandes taxas de crescimento em curto e médio prazo.
Alguns exemplos são a Petrobras (377,89 bilhões de dólares de valor de mercado em julho de 2019), Itaú Unibanco (R$ 336,12 bilhões) e Bradesco (R$ 292,86 bilhões). As large caps também são conhecidas como blue chips. Na B3, representam boa parte do volume financeiro negociado.
Assim como nas small caps, é possível comprar ações de large caps individualmente ou por meio de fundos que seguem uma carteira teórica de instituições desse porte. No caso das large caps, o índice acompanhado é o IBOV. Já um dos ETFs mais conhecidos tem a sigla BOVA11.
Para ter mais alternativas dentro de sua carteira de investimentos, muitas pessoas estão procurando a bolsas de valores. Há diversas ações disponíveis, então olhe para o valor de mercado de cada empresa e defina qual é o mais adequado para o seu perfil. Mas se você ainda precisa de ajuda para escolher os melhores investimentos do mercado acionário, aprenda mais sobre consultorias e entenda se elas são boas opções na hora de investir!